Vitória de Trump abala as placas tectônicas da geopolítica mundial
A vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, nesta quarta-feira (6), promete causar fortes repercussões na geopolítica mundial. Para Demétrio Magnoli, comentarista da GloboNews, a vitória do republicano terá forte impacto nas relações internacionais.
Entre os maiores desafios internacionais que aguardam Trump em seu segundo mandato, está a relação com a China. Magnoli destaca que o embate com Pequim será intensificado, tanto no aspecto militar quanto no econômico e diplomático.
“Trump é um isolacionista do tipo especial. A ideia de que a China é um inimigo estratégico dos Estados Unidos é uma ideia-chave para ele, assim como é para Joe Biden e os democratas, mas com muito mais intensidade na parte de Trump", disse.
Ao mesmo tempo, a vitória de Trump gerou preocupações entre as principais potências da Europa, especialmente de países que integram a União Europeia e o Reino Unido. A postura do presidente eleito em relação à Ucrânia também é um ponto crítico.
"Tudo indica, em suas próprias palavras, que ele está pronto a entregar a Ucrânia a Vladimir Putin, cancelando ou reduzindo brutalmente a ajuda militar dos EUA ao governo ucraniano e impondo um acordo de paz que seria quase uma rendição", diz.
A possibilidade de um recuo do apoio americano à Ucrânia, uma das maiores preocupações da política externa europeia, pode levar ao fortalecimento da ideia de uma Comunidade Europeia de Defesa, um movimento que já começa a ser discutido no continente para reduzir a dependência aos EUA.
Na região do Oriente Médio, a vitória de Trump traz uma dinâmica distinta. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, vê na vitória do republicano um fortalecimento do seu próprio governo. Para Magnoli, isso pode levar a um agravamento da crise no Oriente Médio.
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