Terá a dissuasão acabado de morrer? Novo ataque russo é um claro desvio da doutrina da Guerra Fria
A utilização pela Rússia de um míssil balístico com capacidade nuclear, na quinta-feira, é a mais recente escalada na guerra da Ucrânia.
Marca também um momento decisivo e potencialmente perigoso no conflito de Moscovo com o Ocidente.
A utilização do que Vladimir Putin disse ser um míssil balístico com múltiplas ogivas em combate ofensivo é um claro afastamento de décadas da doutrina de dissuasão da Guerra Fria.
Segundo os especialistas, os mísseis balísticos com ogivas múltiplas, conhecidos como “veículos de reentrada múltiplos e independentes” ou MIRV, nunca foram utilizados para atacar um inimigo.
“Tanto quanto sei, sim, é a primeira vez que os MIRV são utilizados em combate”, afirmou Hans Kristensen, diretor do Projeto de Informação Nuclear da Federação de Cientistas Americanos.
Os mísseis balísticos têm sido a base da dissuasão, oferecendo o que é conhecido como “destruição mútua assegurada”, ou MAD na sigla em inglês, na era nuclear.
A ideia é que, se mesmo alguns mísseis sobreviverem a um primeiro ataque nuclear, haverá poder de fogo suficiente no arsenal do adversário para arrasar várias cidades importantes do agressor, garantindo assim que nenhum dos lados seja capaz de escapar às consequências das acções nucleares.
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